O movimento “Segunda sem Carne” (Meatless Monday) visa conscientizar as pessoas sobre os impactos causados pelo consumo de produtos de origem animal, convidando a sociedade a se abster de carne ao menos por um dia na semana, de modo que busquem alternativas mais sustentáveis a esse consumo.
Mas não se engane, não se trata de um movimento exclusivo de vegetarianos e veganos. Esta ação visa conscientizar principalmente as pessoas que não abrem mão de um bife, um espezinhou um hambúrguer. Isso porque a adesão em escala a essa atitude pode trazer diversos benefícios para o planeta inteiro.
Neste artigo vamos contar quais são esses benefícios e como você pode colaborar com movimento “Segunda sem Carne” que já é adotado por mais de 35 países atualmente, abrindo mão de comer carnes nas segundas-feiras.
Origem do movimento “Segunda sem Carne”.
Embora o movimento tenha surgido oficialmente em 2003, o “Meatless Monday” foi uma ação que surgiu bem antes, elaborada pela U.S. Food Administration, uma agência do governo americano responsável pelas reservas de comida do exército dos Estados Unidos e aliados, durante a Primeira Guerra Mundial.
Na época, o contexto de guerra demandava o racionamento de alimentos. Então a agência cria a campanha “Food will win the war” que incentivava as famílias a reduzirem o consumo de alguns alimentos estratégicos, lançando o “Meatless Monday” combinado com o “Wheatless Wednesday”, para que as pessoas não comessem carne nas segundas e brigonas quartas.
A mesma ação foi repetida na Segunda Guerra Mundial, ficando quase esquecida até ser resgatada pelo publicitário e filantropo Sid Lerner, depois de se surpreender ao descobrir que os americanos consumia 15% mais carne do que o necessário. Em 2009, a “Segunda sem Carne” acabou ganhando visibilidade mundial e um grande engajamento, quando o ex-Beatle Paul McCartney começou a promover a campanha.
Benefícios da “Segunda sem Carne”.

Deixe de comer carne uma vez por semana.
Enquanto que para produzir um quilo de carne são utilizados 16 mil litros de água, utiliza-se menos de ¼ dessa quantidade para produzir cereais e leguminosas. E o volume de carne consumido é enorme! Segundo relatório do IBGE sobre o número de animais abatidos no Brasil, são abatidos aproximadamente 1 boi, 1 porco e 190 frangos por segundo. [1]
Reduzir o consumo de carne nas segundas poderia colaborar imensamente com a “Revolução Azul” tão almejada para reduzir o risco de falta de água como abordamos no artigo “Água e ecoeficiência”.
Reduzindo o consumo de produtos de origem animal, poderemos complementar a alimentação diversificando o cardápio com outras alternativas como os cereais, as frutas, leguminosas e fibras. resultando em uma dieta equilibrada e saudável, muito mais rica em proteínas vegetais, o que traz diversos benefícios à saúde. Só para se ter ideia, se a população mundial adotasse dietas à base de vegetais poderia evitar até 8 milhões de mortes até 2050, cerca de 10% da mortalidade global.
Benefícios da “Segunda sem Carne” no Brasil.

Benefícios da Segunda sem Carne. Imagem: Sociedade Brasileira Vegetariana
A imagem acima mostra muito bem alguns desses benefícios possíveis dentro da realidade brasileira. Números que vão crescendo com o aumento da adesão de mais pessoas à campanha. Sendo que uma pesquisa do Datafolha de 2017 mostra que 63% dos brasileiros quer reduzir o consumo de carne, revelando a iniciativa pode mudar os hábitos de boa parte da população do país. [2]
“Desde que a campanha teve início no país, a Sociedade Vegetariana Brasileira vem trabalhando para inseri-la na vida dos brasileiros. Um exemplo disso é a introdução do cardápio vegetariano nas escolas municipais em 2011. Cerca de 1 milhão de alunos consomem desse cardápio e poupam por volta de 430 mil quilos de carne no decorrer de um ano. O melhor de tudo? Os alunos aprovam o cardápio.
Nas redes estaduais, a campanha virou realidade no ano de 2017 e alcançou 100 municípios participantes no mês de agosto do mesmo ano. No cardápio, a feijoada vegetariana com feijão preto e legumes faz sucesso. Além, é claro, do famoso arroz branco e da couve como acompanhamentos. A campanha, porém, não se limita somente às escolas. Desde 2014, os famosos restaurantes populares que fazem parte do programa Bom Prato, por exemplo, também trocaram a proteína animal pela proteína vegetal — assim, os mais de 4 mil usuários pouparam 34 toneladas de carne no ano.” [1]
Outros artigos que possam interessar:
[1] Fonte: OneMarket
[2] Fonte: Beefpoint
Trackbacks/Pingbacks