É preciso cuidar dos edifícios de Brasília, afinal, no ano que vem a cidade completa 60 anos. E por isso, dar uma atenção cada vez maior a manutenção de prédios, pontes, viadutos, etc, será algo cada vez mais recorrente, não só em prédios públicos como, também, em comerciais e residenciais.
Em 2018, Brasília se assustou com o desabamento da laje da garagem de um prédio residencial na Asa Norte, seguindo-se a isso, poucos dias depois, a queda de um viaduto no Eixão Sul. Em comum nos dois casos havia a falta de manutenção.
Isso levou os brasilienses a perceberem que a cidade, tão nova para os padrões brasileiros, está envelhecendo. E que sem os devidos cuidados, a idade poderá trazer péssimas consequências aos prédios da capital.
Toda construção demanda manutenção.
Os projetos são desenvolvidos por arquitetos e engenheiros para que tenham vida longa e, que com a devida manutenção, permanecem de pé ad infinitum. Mas devido à indiferença de síndicos e moradores, às vezes até negligência, suas estruturas ficam comprometidas por não receberem os reparos que o tempo demanda.
Todavia, essa preocupação com a manutenção não é apenas para evitar o colapso de estruturas, uma situação limite que deve ser evitada a todo custo. É um tema que está no cotidiano dos edifícios, pois há diversos equipamentos de uso comum nos empreendimentos que foram entregues em perfeito funcionamento pelas construtoras e hoje se encontram interditados e sem uso, às vezes se deteriorando pela falta de manutenção adequada.
Se a necessidade de reparos é uma realidade perfeitamente assimilada pelos proprietários de casas, o mesmo muitas vezes parece não acontecer com os donos de apartamento, que delegam ao síndico toda a responsabilidade pelas áreas comuns, ignorando conscientemente as demandas de manutenção do prédio. Isso porque os reparos só afetam a rotina quando o portão da garagem não abre ou o elevador fica preso.

Manutenção predial.
Cuidar bem para manter tudo funcionando.
“A gestão eficiente dos empreendimentos é uma peça-chave para que os moradores continuem usufruindo dos equipamentos do residencial. Antes que um projeto seja construído, existe um longo debate dentro da empresa sobre o que pode ser agregado para o morador, exigindo a dedicação de arquitetos e engenheiros para que se obtenha diferenciais adequados àquela realidade.
Pior que deixar de ter acesso a um equipamento de lazer, no entanto, é chegar à situação presenciada pelos moradores do residencial no Bloco C da 210 Norte, que tiveram seus carros esmagados pela laje que veio ao chão. “Existe o risco de mais desabamentos em prédios”, afirma Fátima Có, presidente do Crea-DF1. “Há uma recomendação para que a manutenção seja feita nos edifícios, mas isso ainda não é uma lei. Por isso, existe o risco, sim”
Já está na hora dos moradores dos residenciais se atentarem para os riscos da falta de manutenção adequada nos residenciais, abandonando esse desapego à la Vinícius de Moraes, quando o poetinha dizia “que seja eterno enquanto dure2”.
Outros artigos.
[1] Fonte: reportagem de 5 de fevereiro de 2018 no portal de notícias Metrópoles.
[2] Soneto de Fidelidade, de Vinícius de Moraes.